quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

DIFERENÇA ENTRE LUCRO ARBITRADO, PRESUMIDO E REAL

1.              CONCEITOS
1.1.     LUCRO REAL
É o lucro líquido do período de apuração, ajustado pelas adições, e exclusões, ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária, para fins de determinação da base de calculo do IRPJ e da CSLL. Trata-se de um sistema de tributação aplicado a pessoas jurídicas cuja receita total do último ano seja superior a R$ 48.000,00 ou proporcional; que tiveram lucros ou rendimentos provenientes da importação; aquelas que, devido autorização legal, usufruem de benefícios fiscais, no tocante a isenções ou redução de impostos; e, por fim, as pessoas jurídicas que no decorrer do ano tenham efetuado o pagamento mensal pelo regime de estimativa.
A sistemática do lucro real aplica-se, obrigatoriamente, a pessoas jurídicas que visam grandes lucros, em síntese são: bancos, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, corretoras, sociedade de crédito imobiliário, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, entidades de previdência privada e que explorem atividade de factoring.
A base de calculo no lucro real é determinada pelo lucro liquido, antes das despesas, ajustado as adições, exclusões e compensações determinada pela legislação tributária.
Caso a pessoas jurídicas exerça atividades diversas, para cada uma delas se aplica o percentual anual a cada uma das atividades com cotação e contabilização em separado.
No que se refere as alíquotas aplicadas as pessoas jurídicas sujeitas a tributação por lucro real anual, estas correspondem as seguintes porcentagens:
- Alíquota IRPJ
Sobre a base de calculo do IRPJ será aplicada o valor 15%, acrescida do adicional de 10% no mês em que a base de calculo exceder R$ 20.000,00.
- Aliquota CSLL
Com fulcro na base de calculo da CSLL aplicar-se-á base de cálculo a alíquota de 9%.
1.2. LUCRO PRESUMIDO
É uma forma de tributação simplificada para determinar a base de calculo do IRPJ e da CSLL. Atribuído a toda pessoa jurídica não obrigada, no ano-calendário, a tributação pelo lucro real. Normalmente as pessoas jurídicas que não mantiver a escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou quando realizada se manifesta de forma fraudulenta e viciada, bem como ao contribuinte que se nega a apresenta a escrituração fiscal e comercial ou o Livro de Caixa, o comissionário ou representante da pessoa jurídica estrangeira que não apura a lucratividade - escrituração dos rendimentos - em separado do comitente residente e domiciliada em outro país e ao contribuinte que não escriturar de forma legível e adequada aos ditames da lei o Livro Razão ou fichas que totalizem e contabilizem os lançamentos diários.
Cumpre observar esses procedimentos fiscais estão baseados em livros mercantis obrigatórios, e essas características provem da necessidade de analise do próprio fisco acerca das atividades comerciais.
A base de calculo no lucro presumido é determinada pelo valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro sobre a receita bruta auferida nos trimestres encerrados nos meses de 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.  O percentual da receita bruta corresponde: IRPJ - 8%; CSLL – 32%.
1.3.     LUCRO ARBITRADO
É uma forma de tributação na qual o lucro, base de incidência do IRPJ e da CSLL, é arbitrado, pela própria pessoa jurídica ou, de ofício, pelo fisco.
Aplica-se aos casos previstos no lucro presumido, acima citado, bem como ao contribuinte que optar indevidamente pela tributação mediante lucro presumido.
2.      DIFERENÇAS ENTRE O LUCRO REAL, PRESUMIDO E ARBITRADO
Os sistemas de tributação baseados no lucro real ou no lucro presumido eivam de vantagens e desvantagens a pessoa jurídica ou contribuinte, porquanto pode resultar em uma majoração ou minoração tributária sobre os rendimentos ou aviamento mensal ou anual a depender do regime de base de calculo adotado.  Não obstante, o valor da carga tributária varia de acordo com cada previsão de lucro.
No lucro real, a carga tributária é menor quando o percentual de lucratividade for inferior a 32%, enquanto, no lucro presumido, isso ocorre quando o percentual de lucratividade é superior a 32%. Optando pelo lucro real a pessoa jurídica ou contribuinte estará sujeito a incentivos fiscais (isenções ou minorações), ao contrário acontece ao contribuinte que escolhe o sistema de lucro presumido. Porém, adotado o lucro presumido tem como vantagem a dispensa da escrituração contábil, o que não acontece no lucro real. Cumpre ressaltar, ainda, que no lucro real há a possibilidade de compensação de prejuízos fiscais, não passível de acontecer em se tratando de lucro presumido.
Quanto ao lucro arbitrado, este diferencia-se dos demais, porquanto tem seu valor definido pela própria pessoa jurídica ou de oficio pela autoridade fiscal.


Por Lucas Ribeiro de Lira Cano - OAB/AL n.º 12.817

Nenhum comentário:

Postar um comentário